segunda-feira, novembro 28, 2005



Renée Jones, 2005
World Press Photo, Sports Features: 3rd prize singles

"Jimmy Cates, 8, of Prior Lake, Minnesota, is placed fourth out of four competitors in his first wrestling tournament, at Prior Lake High School, in January."

domingo, novembro 27, 2005


Rembrandt van Rijn (1606-1669)
The Raising of Lazarus
The Los Angeles County Museum of Art (LACMA)

NE: Um pedido.


Van Gogh (1853-1890)
The Raising of Lazarus (after
Rembrandt), 1890.
Van Gogh Museum, Amsterdam

NE: Uma sugestão...

quarta-feira, novembro 23, 2005




Hoje acordei com esta música na cabeça, ainda a ouço, é a versão em francês de Luis Mariano

Giotto, 1267-1337
The Resurrection of Lazarus
Cappella degli Scrovegni

NE: Estava a ver que não...

terça-feira, novembro 22, 2005



devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.

os assuntos que julgávamos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.

por si só, o tempo não é nada.
e idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.

os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.

José Luis Peixoto; "Explicação da eternidade", in A casa a Escuridão


Amor Amigo

"Estou tão só
e tão abandonada!
Imensamente triste
eu queria ser amada...
Mas no meu corpo existe
uma resistência
ao sexo...sem amor!
Não sei se por decência
mas sempre fui assim...
Queria ter um companheiro
que fosse por inteiro
um ser terno e doce
que me amasse
e me quisesse só a mim
tal como sou,
uma mulher que se sente no direito
de ser amada assim.
Não com um amor profano
não como um objecto para brincar!
Queria um amor perfeito
cheio de carícias...com respeito
que eu me sinto merecer.
Eu sou um ser sensível
que mereço amor para viver
que quer um ombro amigo
para me encostar
queria ter um amor-amizade
que durasse até à eternidade!"

Merícia Madeira

sexta-feira, novembro 18, 2005


Vanessa cardui
Photograph by Martin Warren

"Eu queria saber se alguém compreendeu que esta languidez resulta de esta ilha ser uma borboleta com saudades das asas que perdeu."

Selma Lagerlöf, in "A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia"

NE: Recebi, via sms, esta citação. Que forma maravilhosa de "pagares" o empréstimo...

quinta-feira, novembro 17, 2005


Jardim de S. Pedro de Alcântara
Fotografia, Alexandre Cunha, ca. 1905

HORA SOLAR
"Os ponteiros do relógio recuaram uma hora
e roubaram a luz da minha vida,
enquanto passava na parte errada da cidade
chorando o nosso amor.

E, sem dúvida, uma chuva persistente
caía na rua sombria,
enquanto o meu coração
remoía todos os nossos erros.

Se o céu negro me pudesse devolver
uma hora que fosse desse dia,
haveria palavras que nunca teria dito
e palavras que não teria ouvido dizer.

Mas estaremos mortos, bem o sabes,
onde a luz não pode chegar.
restam-nos os pequenos dias
e as noites intermináveis."

Carol Ann Duffy

domingo, novembro 13, 2005


René Magritte

Meu amor, meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura
meu punhal a escrever
nós parámos o tempo
não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.

Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento

este mar não tem cura
este céu não tem ar
nós parámos o vento
não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

Ary dos Santos

sábado, novembro 12, 2005


Dominique Appia
Between Secret and Danger

FADO PORTUGUÊS
O Fado nasceu um dia,
quando o vento mal bulia
e o céu o mar prolongava,
na amurada dum veleiro,
no peito dum marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

Ai, que lindeza tamanha,
meu chão , meu monte, meu vale,
de folhas, flores, frutas de oiro,
vê se vês terras de Espanha,
areias de Portugal,
olhar ceguinho de choro.

Na boca dum marinheiro
do frágil barco veleiro,
morrendo a canção magoada,
diz o pungir dos desejos
do lábio a queimar de beijos
que beija o ar, e mais nada,
que beija o ar, e mais nada.

Mãe, adeus. Adeus, Maria.
Guarda bem no teu sentido
que aqui te faço uma jura:
que ou te levo à sacristia,
ou foi Deus que foi servido
dar-me no mar sepultura.

Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.

José Régio

quarta-feira, novembro 09, 2005


Statue of Nofret
Cairo Antiquities Museum

Amélia

domingo, novembro 06, 2005


GHIBERTI, Lorenzo, 1378-1455
Eastern Door of the Baptistry
Baptistry, Florence

NE: Vamos lá...

sábado, novembro 05, 2005


Victor Brauner (1903 - 1966)
Prelude to a Civilization, 1954
Jacques and Natasha Gelman Collection

terça-feira, novembro 01, 2005


George Frederic Watts
Hope, 1886
Tate Gallery

NE: A "Esperança" surge vendada, tocando uma lira com uma corda só. Porquê, vendada? Porque a esperança é algo de inefável, o que nos leva a ter esperança ? Como é que a vemos ?
E porque é que a lira tem apenas uma corda ? Mas não é preciso mais, a Esperança pode tocar nessa corda o som do que não se ouviu.

P.S. Este quadro foi bastante criticado, houve quem dissesse que se devia chamar "Desespero". Toscos...

after Sir John Everett Millais,
The Search
Tate Gallery

NE: Temos de procurar em nós aquilo que gostaríamos de encontrar, não é simples, nem fácil, até pode ser doloroso, mas sabemos que é possível, que está lá, é só querermos; varrermos o que não interessa, ou quem não importa, andar de cabeça levantada e chorar quando é preciso.

P.S. Há pessoas que ficam ainda mais bonitas quando choram.