
The Paralytic
Jean-Baptiste Greuze
Hermitage State Museum
DOENTE
Tu eras noutro tempo encantadora,
Quando tinhas saúde e alegria;
Teu olhar ao fitar-nos aspergia
A doce luz puríssima da aurora.
Como era lindo ver-te branca e loura
Percorrer o jardim num claro dia!
Todo o teu ser angélico sorria
Como uma flor que a luz afaga e doura...
Mas hoje, definhada, emagrecida,
Nem te ergues já do leito... Enquanto a vida
Agora, ao sol de Abril, canta e palpita
Na alegria do campo rescendente,
Tu vais emurchecendo lentamente,
Pobre flor, desditosa margarita!
Roberto de Mesquita
in O Açoriano, Horta, 26 de Abril de 1891