terça-feira, junho 28, 2005


Vasco Santana e Beatriz Costa em "A Canção de Lisboa"

FADO DO ESTUDANTE
Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades sinto em mim
Do meu viver de estudante

Nesse fugaz tempo de Amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo mais eram cantigas

Nenhuma delas me prendeu
Deixá-las eu era canja
Até ao dia em que apareceu
Essa traidora de franja


Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir num bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar beber, folgar cantar o fado

Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia

Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana

O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio - telefonia

Quando é cantado e a rigor
Bem afinado e com fulgor
É belo o Fado, ninguém há quem lhe resista
É a canção mais popular, tem emoção, faz-nos vibrar
Eis a razão de ser Doutor e ser Fadista!

AMADEU DO VALE/JAIME MENDES

NE: Apetece-me cantar, este é um fado muito especial, cantei-o duas vezes, fi-lo no cenário mais espectacular do mundo, para uma plateia de espanhóis, a outra já a referi num post anterior.
Lembro-me, em casa da minha prima, de ter um ataque de choro quando o "Vasquinho" o cantou, recordo que os meus primos ficaram, realmente, preocupados comigo, porque chorar na "Canção de Lisboa"...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ah! Fadista...

9:24 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home