quarta-feira, junho 15, 2005


"Lino", Álvaro Cunhal
"Desenhos da Prisão"

É hoje o funeral de Álvaro Cunhal, hesitei muito em fazer este post, talvez por não ser comunista, talvez porque em minha casa se chorou a morte de Sá Carneiro, talvez sejam evidentes resquícios atávicos.
Mas tenho de me curvar perante a História. Álvaro Cunhal teve um papel determinante na História de Portugal do século XX. Cristalizou nos anos 80', é verdade, é um derrotado, é verdade, mas foi a História que o venceu; será que podia fazer outra coisa? Com 76 anos viu cair a fortaleza da sua intectualidade, da sua ideologia; será que podia recomeçar?
Fica aqui o meu tributo a um homem que podia ser o que quisesse, decidiu ser comunista.

2 Comments:

Blogger Carlos Neves said...

Hoje, entre a Praça do Chile e a Morais Soares, entre as bandeiras vermelhas e as gerações de camaradas de punho ao alto, experimentei - creio que pela primeira vez - um orgulho profundo, sanguíneo e físico, por fazer parte daquele Partido. Não há como refutar o que aqui escreveste, querido camarada (emprego a fórmula "camarada" em consciência, por saber que, para lá dessas resistências atávicas, comungas de muitos dos nossos valores). Sou, como sabes, um crítico de parte substancial do pensamento de Cunhal. Mas o pensamento de Cunhal constituiu, também, parte substancial das razões que me motivaram a aderir à causa. É isto, no fundo, que define um comunista nos dias que correm: um eterno - e por vezes doloroso - conflito interior.

Um grande abraço.

7:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Utilizaste a expressão certa "... podia ter sido o que quisesse ..."

[ me ]

12:22 da tarde  

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