terça-feira, junho 21, 2005



"GAIVOTA"
Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Alexandre O'Neill
Música de Alain Oulman

NE: Lembro-me de uma noite em que uma fadista das antigas, de xaile e lantejolas, me encantou. "Recordo agora com saudades" que até eu cantei o fado...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Faz agora nove meses que chorei ao som deste fado...é tão bom recordar estes momentos mágicos!

10:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quando combinamos o regresso???? Tenho saudades de um jantar em grupo. Pat

2:32 da tarde  
Blogger Carlos Neves said...

Tinha "casca" aquela fadista. Lá isso tinha...

3:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Este é um dos meus favoritos. Talvez por também já o ter ouvido de perto, na voz verdadeira de uma fadista.

[ me ]

10:38 da tarde  

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