terça-feira, dezembro 09, 2003

Os dois sonetos de amor da hora triste
II
"Não um adeus distante
ou um adeus de quem não torna cá?,
nem espera tornar. Um adeus de até já,
como a alguém que se espera a cada instante.

Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
de novo para ti, no mesmo barco
sem remos e sem velas, pelo charco
azul do céu, cansado de lá estar.

E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
amor, que tu bem sabes que quem chora

assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
to peça, diz-mo. A travessia é longa... não atino
talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino."

Álvaro Feijó

Nota do Editor: Estou a continuar as arrumações, desta vez, é um daqueles louceiros com prateleiras de vidro... Fragil-handle with care