segunda-feira, agosto 06, 2007



José de Ribera, "La mujer barbuda", Casa Ducal Medinaceli, Palacio Tavera, Toledo

"Aquelas maneirinhas excitavam o padre - e com os braços erguidos, a voz cálida:
- Salte, salte!
Ela então fez voz de mimo:
- Ai, tenho medinho! tenho medinho...
- Salte, menina!
- Lá vai! gritou ela bruscamente.
Saltou, foi cair-lhe sobre o peito com um gritinho. Amaro resvalou, firmou-se - e sentindo entre os braços o corpo dela, apertou-a brutalmente e beijou-a com furor no pescoço
Amélia desprendeu-se, ficou diante dele, sufocada, com a face em brasa, compondo na cabeça e em roda do pescoço, com as mãos trêmulas, as pregas da manta de lã. Amaro disse-lhe:
- Ameliazinha!"

[....]
Eça de Queirós; O Crime do Padre Amaro

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O pecadilho de um beijo. Pode até ser fugaz, uma delicada projecção dos lábios. Talvez uma madeixa de cabelo doce entre os dedos da minha mão bisonha. Tudo muito rápido. Um instante. Um estalido de obturador. E a vida inteira num tocar de bocas. Não peço mais.

7:31 da tarde  
Blogger Jossely said...

Seu blog é lindo!

12:25 da manhã  

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