terça-feira, novembro 23, 2004




Dinis Albano Carneiro Gonçalves, mais conhecido como, Sebastião Alba


A SEBASTIÃO ALBA
Ando com estes olhos de nada
a querer ver tudo
olhar de poeta,
poeta sem abrigo,
como todos os poetas deviam ser,
Livres

NE: Estou a arrumar o meu quarto de "solteiro", mas encontrei uma factura da Repsol. A 10/10/2000, comprei um Dunhil King Size, pelo preço de 390 escudos, e um chocolate Cadbury fruit & Nuts por 210 escudos. No verso da factura rascunhei isto, era o papel que estava à mão, quando soube que o poeta "vagabundo" tinha sido atropelado em Braga.
A 7 de Outubro escreveu assim a um amigo: "Se um dia encontrarem morto "o teu irmão Dinis", o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá."

P.S. Vou voltar às arrumações...

FIM DE POEMA
"Para que nem tudo vos seja sonegado,
cultivai a surdina.
Eu fico em surdina.
Em surdina aparo
os utensílios,
em surdina me preparo
para morrer.
Amo, chut!, em surdina;
a minha vida,
nesga entre dois ponteiros, fecha-se
em surdina."
Sebastião Alba

P.S.S. Tenho mesmo de voltar às arrumações...