sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Ratatatatatatatata!!!!! Já está!!! Fica para aí, desgraçado...

A gazela que tu feriste
veio morrer debaixo dos tamarindos
perto do redil onde as minhas escravas
lavam as suas roupas.
Encontrámo-la ao entardecer
de regresso às nossas tendas.
Ainda estavam tépidos os seus membros,
e as suas pálpebras
não cobriam totalmente
os seus longos olhos tristes.
No pau da lança
cravada no seu flanco
reconheci a tua marca.
Serei eu como a gazela?
Por amor de Deus, responde-me, ó tu, cujo olhar
feriu o meu coração.


Norte de África, Tuaregues



Tenho um livrinho onde escrevo
O que me lembro de ti.
Esse livro é o meu enlevo
Ainda lá nada escrevi.

Fernando Pessoa