sábado, novembro 29, 2003

Procura-se um Amigo

"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."


Vinícius de Moraes

P.S. Eu tenho alguns destes... Os poetas dizem tudo.

sexta-feira, novembro 28, 2003

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, novembro 27, 2003

Raramente senti inveja, mas ando a senti-la, de quem é feliz. E depois tento minimizar as coisas, género - Se calhar não são assim tanto... - Mas o problema são as crianças, então os bebés... sempre gostei de crianças, sempre fui um pouco como elas, fui infantil muito tempo. Ultimamente, quase que me dói ver um bebé.


quarta-feira, novembro 26, 2003

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.

"Apesar das ruínas e da morte", Sophia de Mello Breyner Andresen


"Há um tipo de choro bom e há outro ruim. O ruim é aquele em que as lágrimas correm sem parar e, no entanto, não dão alívio. Só esgotam e exaurem. Uma amiga perguntou-me, então, se não seria esse choro como o de uma criança com a angústia da fome. Era. Quando se está perto desse tipo de choro, é melhor procurar conter-se: não vai adiantar. É melhor tentar fazer-se de forte, e enfrentar. É difícil, mas ainda menos do que ir-se tornando exangue a ponto de empalidecer.

Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda. "

"Quando chorar", Clarice Lispector


terça-feira, novembro 25, 2003

Querido Blogg

Tenho saudades da Teresa.
É muito simples, tenho saudades, se pudesse vê-la, nem sei o que ia sentir, gostava de o saber, tanto como desejava abraçá-la.
Sei que é uma ilusão, mas os sonhos são ilusões que por vezes acontecem.
Beijos

P.S. Todos os dias há poemas que me abraçam e acariciam.

"Interrogação"

Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.

Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

Camilo Pessanha

segunda-feira, novembro 24, 2003

Não posso...
Não posso adiar o amor para outro século.
Não posso.
Ainda que o grito sufoque a garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas.

Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes:
Amor e Ódio.
Não posso adiar.
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas,
E a aurora indecisa demore.
Não posso adiar para outro século a minha vida.
Nem o meu amor.
Nem o meu grito de libertação.

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa

Post scriptum: Quero cumprir!
Quero crescer devagar, à espera que tudo surja e a desejar não parar de sonhar.

Sonho ser feliz

Já nem me lembro de ser feliz, não sinto a felicidade. Devo sonhar com o SONHO, de dia sei que o faço, mas de noite... A noite ainda é solidão!

sábado, novembro 22, 2003

EPITÁFIO
Nunca mais

Nunca mais poderei beijar-te
Nunca mais te sentirei enroscada em mim
Nunca mais verei os teus olhos a brilharem como só eles conseguiam
Nunca mais te abraçarei como se fossemos um só
Nunca mais faremos amor, como tantas vezes fizemos
Nunca mais riremos juntos
Nunca mais esquecerei como fui feliz
Nunca mais esquecerei como era infeliz até te conhecer
Nunca mais...

Homem
Quero sentir-me um homem outra vez!
Acordar de manhã a assobiar.
Rir e fazer rir.
Brincar como as crianças.
Deitar-me e não querer dormir.
Não pensar no amanhã!

Nuvem-Criança
O vento transformava as nuvens, eu passava por elas e procurava a minha. Olhava e buscava a esperança, tinha de estar perto, o vento mudava-me, eu ia ao sabor das nuvens, em movimento, em crescimento, à procura de algo que não sabia o que era, as nuvens assumem qualquer forma, basta um sopro e alteram-se.




Nota: Este epitáfio foi escrito na dor de uma rejeição, já lá vão uns meses largos, colocá-lo agora neste blog que nasceu para outra pessoa, não sei o que quererá dizer, ou talvez saiba... "Sei que não vou por aí"
Os textos seguintes foram escritos numa fase já de recuperação, é para aí que quero ir... Sei que vou por aí...

sexta-feira, novembro 21, 2003

Menino: queres ser meu mestre?
- Contigo teria tanto que aprender!
A ser casto, sem querer;
a ser bom, sem o saber;
a ser alegre, sem ter
motivos para o ser.

Menino: queres ser meu mestre?
- Deixa o teu arco aí. Vem-me ensinar
a sorrir e a confiar;
a ter esperança e a perdoar;
a esquecer e a chorar...

Menino, que brincas no jardim:
- Tu sim,
podias ser um mestre para mim!

In "Canção Inocente", Carlos Queirós



Quero aprender a ser criança... É o ponto de caramelo, o início da felicidade.

quinta-feira, novembro 20, 2003

O blogger está a mudar! Eu estou a mudar! Vou apontar para outras bandas, o Norte é inacessível, sempre o foi, eu é que não percebi.
Nos "cartons", quando o herói chega ao oásis e vai beber água, esta volta a ser areia, não tenho memória do rato Mickey beber areia, fazer brindes e sentir-se satisfeito com o fruto da sua imaginação.
Este é o meu problema. Acreditei numa miragem. Amo uma ilusão...

quarta-feira, novembro 19, 2003

Beber amizade! É o que me apetece fazer. São os amigos que em última instância ficam, não tenho muitos, mas nestes últimos meses tenho o orgulho de poder dizer que tenho mais alguns. Obrigado Carlos, obrigado Ritinha, obrigado Patrícia, obrigado Sofia.
O Carlos uma vez disse-me que eu cintilava, mas ele é que é uma estrela, o meu universo ficou muito mais belo depois de o ter conhecido.
A minha Ritinha, o que posso dizer da Rita, ela ensinou-me o valor da amizade, já nem me lembrava, é a minha Ritinha.
A Patrícia e o seu ar de boneca, debaixo da sua aparente ingenuidade encontramos uma Mulher a sério.
A Sofia, a Sofia é o ideal de qualquer homem, é difícil conhecê-la e não nos sentirmos apaixonados, é outra estrela.
Eu Amo-os a todos!

"Gosto de plasmar os meus olhos com a beleza,a minha tristeza fica adormecida.
Uma pintura, uma nuvem, uma criança, uma cor, uma música, um poema, um velho, um amigo..."
P.S. Escrevi este pensamento há uns tempos, parece-me apropriado.

terça-feira, novembro 18, 2003

O que responder aquela pergunta de algibeira - Qual foi o momento mais feliz da tua vida?
Tenho a sorte de ter dois que me lembro. O primeiro foi quando disse à Catarina que estava apaixonado por ela, fi-lo nos jardins da Universidade Lusíada. O segundo foi quando pedi um beijo à Teresa e ela deu-mo, foi nas margens do Mondego.
O amor esteve presente nestes dois instantes da minha vida, não o pude compreender, nunca o abarcamos completamente, mas lá estava ele, num jardim em Lisboa e num Wolkswagen Polo estacionado numa colina virada para o Mondego.

Que rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes, e vieste...
-Se dói hoje o bem que fizeste,
É justo, porque muito te devi.

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar de ti!

Poisas as mãos sobre o meu rosto,
e vais partir,
sem nada me dizer,
pois só quiseste despertar em mim
a vocação do fogo e do orvalho.

Nota: Três excertos de poemas, reunidos em medley, ou rapsódia, o primeiro de Mário de Sá Carneiro, intercalado pela Forbela, e por último, o grande Eugénio de Andrade.

sábado, novembro 15, 2003

Hoje retirei o mail da Teresa dos settings do blog, ou seja, cada vez que faço uma alteração neste meu espaço já não lhe é enviado um aviso.
Ontem estive muito bem, já não me ria e brincava assim, penso que desde o Egipto. Mas a merda é o hoje. O hoje é triste, penso na pessoa errada, ou talvez não, penso nas saudades que ainda tenho dela, penso nos olhos, na inteligência, no corpo, na voz, no "achas, achas", no sorriso, na música que ouvia - "every time we say goodbye, i die a litle", nesse beijo, na beleza que emanava quando estava com ela. Estou à toa, não sei o que posso mudar em mim, não quero ficar amargurado, não quero ficar agarrado ao passado, pois a Té já não é o meu presente. Quem dera...

"Olho em volta de mim. Todos possuem –
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço."

in "Como eu não possuo", Mário de Sá Carneiro

"Podíamos saber um pouco mais
do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor."

in "Princípios", Nuno Júdice

Um amor impossível

Amanhã
este fogo cresce.

Amanhã, tremor
Amanhã, suspiro.

Insiste
um amor impossível
amanhã.

Insiste,
sim.
Um amor impossível pode ser amanhã.

in 'Mais Dia, Menos Dia', Angela Melim

sexta-feira, novembro 14, 2003

Será que uma miragem pode ser mais real que a realidade?

terça-feira, novembro 11, 2003

Ando para aqui eu com a mania que ando triste, quando a mãe de uma amiga morreu hoje.

"A Morte é uma impossibilidade que, de repente, se torna realidade."
Goethe

Uma vez esta amiga deu-me um abraço quando eu precisei, tenho de o devolver. A cidade do Porto, de uma maneira ou de outra, está sempre no meu pensamento...




sexta-feira, novembro 07, 2003

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

In, 'Ausência', Sophia de Mello Breyner Andresen
'Como eu vos quero ainda! como eu sinto
Que tudo o mais é tédio e é traição...
Pode-se amar tudo na Vida, mas
Nunca se pode trair o coração.

Dele nos vem, mais tarde a confiança.
Do coração nos sobe, um certo dia,
Uma satisfação que já não pode
Sequer chamar-se-lhe alegria.'

In 'Perdão', Raul de Carvalho


Porque, depois de tudo
Somado e diluído,
Não há nada melhor
Que amar e ser amado.

Por isso vale a pena
Não ter menos nem mais
Que ter alegria - plena! -
Das coisas irreais.

In 'Post Scriptum', Raul de Carvalho
'qué será, será, what ever will be, will be...'

quinta-feira, novembro 06, 2003

Já são horas de acordar! A vida é para quem sonha.
A felicidade está dentro de nós, por vezes, temos de a procurar bem lá no fundo, onde não queríamos ir, nem sabíamos que esse recanto da nossa memória existia, é preciso extraí-la sem anestesia, dói, mas o resultado pode ser absolutamente surpreendente, tudo aquilo que já não julgávamos possível acontece, mais forte, melhor e de forma inesperada.

P.S. É o primeiro post scriptum
P.S.S. Beijinhos Habibe
P.S.S.S. Não resisti...
Impasse
Não sei o que fazer, devia desistir mas não consigo... estou por aqui...

quarta-feira, novembro 05, 2003

Como fui capaz de me iludir tanto?
Como fui capaz de me apaixonar sozinho?
BURRO e URSO, sempre URSO...
Escondendo o rosto só dizia: - Não...
Não se entregava: - Não, não, não, não, não...
Depois, no longo beijo, não nenhum.
E só se ouvia: - Hum, umumumumumumumumum.

In, Poemas Sanscritos, Índia, Sec.V-IX


Nada, nada pode afastar-me do meu amor
Ali na outra margem.
Nem mesmo o velho crocodilo
No banco de areia entre nós
Nos pode separar.

Avanço apesar disso,
Caminho por sobre as ondas,
O seu amor reflui através da água,
Lançando ondas até à terra firme
Por onde eu possa caminhar.

O rio é o nosso Mar Encantado.

in, Anónimos, Egipto, circa 2500 A.C.
Como sabeis fechar-vos, olhos assassinos!
Mas os tão belos seios,
lenha de meus enleios,
são puros desatinos:
tensos globos de neve, seu poder convocam,
e a meu fogo provocam.

Teu respirar é chama, incandescente lume,
que quanto nele viça
tremendo ardor atiça:
e no mais alto cume
dos portentosos picos fogaréus acende,
qual um rubi que esplende.

Tu dormes tão tranquila, enquanto eu velo aqui,
perdido em meus fogosos
anseios audaciosos,
e em mim te vejo a ti,
e a meu pesar dou peso e torturada calma
com beijar-te em minh'alma.

In 'Ária', Christian Hofmann Von Hofmannswaldau
Os chineses vêem as horas pelos olhos dos gatos.

Certo dia, um missionário, passeando no distrito de Nanquim, notou que havia esquecido o relógio e perguntou as horas a um rapazinho.

Ao primeiro instante, o garoto do Celeste Império hesitou; depois, pensando melhor, respondeu:

- Vou dizer.

Decorridos alguns momentos, reaparecia, segurando nos braços um gato muito gordo; e, fitando o animal, como se usa dizer, no branco do olho, afirmou sem hesitação:

- Ainda não é exactamente meio dia.

E era verdade.

Por mim, ao inclinar-me para a bela Felina, a de nome tão adequado, aquela que é ao mesmo tempo a honra do seu sexo, o orgulho do meu coração e o perfume do meu espírito, - quer de noite, quer de dia, em plena luz ou na sombra opaca, no fundo de seus olhos adoráveis vejo sempre, nitidamente, a hora, sempre a mesma, uma hora vasta, solene, grande como o espaço, sem divisões de minutos nem de segundos, uma hora imóvel que não é marcada nos relógios, e todavia leve como um suspiro, rápida como um olhar.

E, se algum importuno me viesse interromper enquanto o meu olhar repousa sobre este delicioso relógio, se algum Génio descortês e intolerante, algum Demónio do contratempo me viesse dizer : -"Que é que estás a mirar com tamanha atenção? Que buscas nos olhos dessa criatura? Vês acaso neles a hora, mortal pródigo e vagabundo?"- eu responderia sem

hesitar: - "Sim, vejo a hora: é a Eternidade."

Pois não é, senhora, que fiz um madrigal verdadeiramente meritório e tão cheio de ênfase quanto vós mesma? Na verdade, tive tanto prazer em bordar esta preciosa galantaria que não vos pedirei nada em troca.


In 'O Relógio', Charles Baudelaire
O silêncio ecoa... Ouço o que não queria ouvir...

segunda-feira, novembro 03, 2003

Apeteceu a mudança de cores, queria mudar de ares, mas não é possível... por enquanto...


Já agora, Beijinhos... Teresa Cardoso!!!!
Não tenho dito nada, ando a lutar por té!!
A ilusão foi ter demorado tanto tempo a perceber certas coisas! Estou apaixonado por uma pessoa que foge de mim, que me evita, não quero desistir, posso fazê-la feliz, sinto que o posso fazer, os olhos não mentem, o olhar dela é qualquer coisa de inexplicável e eu comprendi-o. Vai ser a tarefa mais difícil que alguma vez tive pela frente, é a muralha mais alta, a fortaleza mais forte, o torreão mais alto, mas tenho de conquistar.
Já está!!!
Pelo menos assim o penso, se não houve nenhum problema com a entrega... O silêncio mantem-se, a saudade cresce, estou tramado...

sábado, novembro 01, 2003

Hoje deixei o blog ao abandono, mas nunca esquecido! O que me levou a elaborá-lo é aquilo que ocupa grande parte dos meus pensamentos, logo, é impossível...